sexta-feira, 30 de março de 2012

Óxido nítrico: o simples mensageiro percorrendo a complexidade. Metabolismo, síntese e funções.


Revista da Associação Médica Brasileira

Print version ISSN 0104-4230

Rev. Assoc. Med. Bras. vol.46 n.3 São Paulo July/Sept. 2000

http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302000000300012 

Artigo de Revisão

Óxido nítrico: o simples mensageiro percorrendo a complexidade. Metabolismo, síntese e funções.
R. Flora Filho, B. Zilberstein

Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP.


UNITERMOS: Óxido Nítrico. Síntases. Metabolismo. Óxido Nítrico mensageiro.
KEY WORDS: Nitric Oxide. Nitric Oxide Synthases. Nitric Oxide messenger. Long Term Potentiation. Nitric Oxide Synthesis and Metabolism.


INTRODUÇÃO
Vamos supor que após ler este artigo, você guarde na sua memória tardia uma parte do que leu. Provavelmente você estará utilizando para isto uma das menores e mais versáteis moléculas do seu organismo: o óxido nítrico (NO - Nitric Oxide). Esta pequena e simples molécula, talvez a menor produzida pelos mamíferos, tem efeitos fascinantes desde a manutenção inicial da vida, através do controle da circulação placentária, ou a indução do início da vida através da regulagem das contrações uterinas no trabalho de parto, como também efeitos letais demonstráveis, por exemplo, no choque séptico. O óxido nítrico é um importante neurotransmissor com capacidade potencializadora, atuando na memória e no aprendizado, podendo também ter ações endócrinas, autócrinas e parácrinas. A sua ação na imuno-regulação está presente na inflamação e nos mecanismos de autoimunidade. Esta molécula tem revolucionado e obrigado revisão de paradigmas da medicina, principalmente em neurologia, cardiologia, nefrologia e gastroenterologia.
Este artigo procura mostrar os mecanismos de síntese e formação do óxido nítrico apresentando a enzima envolvida - síntase do óxido nítrico (nitric oxide synthase - NOS) e os efeitos do NO como mensageiro nos principais sistemas do organismo.
O início
A evidência inicial de óxidos de nitrogênio no metabolismo vieram de experimentos que demonstraram produção de nitratos em camundongos germ-free no início da década de 801. Em 1985 demonstrou-se que macrófagos ativados por lipopossacárides bacterianos eram capazes de levar à produção de nitritos e nitratos2. Na seqüência evidenciou-se que a L-arginina era o substrato e a L-citrulina era formada como co-produto3. Em 1988, Marletta identificou o óxido nítrico como o produto da reação de oxiredução da L-arginina4.
Quase que simultaneamente, Furchgott investigava um fator vasodilatador associado ao endotélio vascular (endothelium-derived relaxing factor - EDRF5 e poucos anos mais tarde concluiu-se ser o NO responsável pela atividade biológica do EDRF6.
Durante o final da década de 80 e início de 90, a comunidade científica aprofundou pesquisas nesta direção, adicionando importantes conhecimentos sobre o NO como mensageiro (ou sinalizador inter e intracelular) e como toxina, atuando em inúmeros processos patológicos.
Características, síntese e metabolismo do NO
O óxido nítrico é uma molécula gasosa simples, habitualmente encontrada no ar atmosférico em pequenas quantidades, altamente tóxica devido à presença de radical livre (elétron extra) que a torna um agente químico altamente reativo. Quando diluído, o NO tem uma meia vida de menos de 10 segundos devido à sua rápida oxidação a nitrito e nitrato. O NO liga-se à hemoglobina e outras proteínas que contém o núcleo heme levando ao término de sua atividade biológica7.
fig. 1 indica a clássica reação química de formação do NO, em que a L-arginina é transformada em um intermediário, a NG-hidroxi-L-arginina com a presença de nicotinamida-adenina-dinucleotídeo-fostato-hidrogênio (NADPH) e Ca2+ sendo necessário mais NADPH e O2 para a formação de L-citrulina e NO.


A L-arginina é um aminoácido semi-essencial produzido no organismo, porém em quantidade insuficiente para todas necessidades. Além do ciclo da uréia, a arginina é utilizada na síntese de creatinina e fornece ornitina para a síntese de poliaminas9. Como há uma solicitação metabólica continuada da L-arginina, existe uma neo-síntese da L-arginina nos túbulos proximais renais a partir da citrulina. Proteínas ingeridas são degradadas até arginina, que podem ser diretamente absorvidas e utilizadas no ciclo da uréia no tecido hepático, ou transformadas no epitélio intestinal em ornitina que, juntamente com a glutamina secretada como glutamato, são convertidas em citrulina. A citrulina absorvida se transforma em arginina no ciclo renal (fig. 2)9. A citrulina também pode ser convertida diretamente em L-arginina no citoplasma das células endoteliais e dos macrófagos.


A síntese enzimática de citrulina (Fig. 1), pode ser inibida por análogos da L-arginina tais como NG-monometil-L-arginina (L-NMMA), NG-nitro-L-arginina (L-NNA) e NG-nitro-L-arginina-metil-éster (L-NAME)7,8. Estes inibidores têm grande importância na pesquisa dos prováveis efeitos do NO nos tecidos, uma vez que a substituição do substrato habitual (L-arginina) pelos análogos irá inibir a produção de NO e seus efeitos conseqüentes. Vale salientar que a D-arginina não substitui a L-arginina nesta reação para formação do NO.
A demonstração da produção de NO é ainda difícil, sendo sempre feita de maneira indireta. Aliás, todas pesquisas pioneiras não demonstraram o NO propriamente dito devido sua evanescência, considerando-se a concentração de nitrito e nitrato como prova de sua produção. Outro método de demonstrar o NO, como já citado, é a substituição do substrato por um análogo (L-NNA ou L-NMMA ou L-NAME) sendo a ausência do efeito pesquisado imputado pela não formação de NO devido ao bloqueio da reação da L-arginina à L-citrulina.
As isoenzimas da sintase do NO
Muitas células são capazes de sintetizar o NO através de hemeproteínas da família citocromo P450-like, chamadas de NO síntases (NOS). As NOS são dependentes de O2, NADPH, flavinas e biopterinas para exercer sua atividade. Até o momento, foram isoladas e clonadas três isoenzimas, sendo duas constitutivas em determinadas células e uma induzível, recebendo as siglas respectivas de cNOS e iNOS. Todas as três isoenzimas são semelhantes estruturalmente, porém reguladas de modo diverso e induzidas a partir de genes localizados nos cromossomos 7 (isoforma I), 12 (isoforma II) e 17 (isoforma III)31.
A cNOS ou Isoforma I está presente no cérebro e foi purificada inicialmente no cerebelo do camundongo e do porco10. Na literatura esta enzima pode ser chamada também de bNOS (brain NO synthase) ou nNOS (neuronal NO synthase). Esta proteína, atualmente clonada de cérebros humanos, mantém uma seqüência de aminoácidos altamente conservada entre as espécies, ocorrendo 93% de identidade entre a cNOS de humanos e camundongos9.
A iNOS ou Isoforma II não é expressa constitutivamente, ou seja, não está presente de modo habitual, sendo induzida nos macrófagos e outras células por lipopolisacárides bacterianos e/ou citoquinas11. Esta isoenzima também pode ser chamada de macNOS (macrophage NO synthase). Vários grupos clonaram a iNOS também em músculo liso45, hepatócitos de camundongo11 e em hepatócitos humanos12. Vários autores consideram que qualquer célula do organismo tem a capacidade de produzir iNOS sob estímulos apropriados. Uma vez induzida, a iNOS é capaz de produzir NO por longo tempo, e isso vem a caracterizar seu envolvimento em vários processos patológicos. Assim, o alto nível de NO produzido por macrófagos ou por neutrófilos ou outras células ativadas, que deveria ser tóxico para micróbios, parasitas ou células tumorais, pode também lesar células saudáveis vizinhas, sendo este mecanismo responsável pela maioria de processos inflamatórios e autoimunes.
A eNOS ou Isoforma III é expressa constitutivamente nas células endoteliais podendo também ser chamada cNOS ou EC-NOS (endothelial constitutive NO synthase). O código genético responsável pela isoforma III foi clonado a partir de células endoteliais de bovinos e humanos13, confirmando o local preferencial de produção e ação.
As isoenzimas NOS podem ser, sob ponto de vista prático, caracterizadas como de baixo ou alto débito conforme a duração da atividade da NOS. As isoformas I e III (cNOS e eNOS) são de baixo débito, estando envolvidas em processos homeostáticos como neurotransmissão, peristaltismo, controle imediato da pressão arterial14. Considera-se a eNOS de menor débito do que cNOS. Já a isoenzima II ou iNOS, quando estimulada permanece em atividade por horas com mecanismo de sinergismo de indução inclusive do próprio NO produzido12. Esta ação lhe confere uma importante característica podendo levar à morte da célula15.
Outra classificação das NOS é determinada pela sua dependência de cálcio para ativação. O Ca2+ é um importante sinalizador citoplasmático, atuando a partir de ligações com proteínas intracelulares receptoras específicas. Uma destas proteínas citoplasmáticas (Ca2+-receptoras) é a calmodulina, encontrada em praticamente todas células. Quando o Ca2+ se liga à calmodulina forma-se o complexo Ca2+/calmodulina, este, um elemento regulatório de algumas atividades enzimáticas intracelulares. Quando a concentração intracelular de Ca2+ cai, desfaz-se o complexo Ca2+/calmodulina e a atividade enzimática é desativada. Este mecanismo Ca2+/calmodulina é responsável pela ativação da NOS.
No caso da cNOS, segue-se o mecanismo descrito, ou seja, é necessária determinada concentração de Ca2+intracelular para atividade enzimática, ocorrendo inativação da cNOS com queda do Ca2+ citoplasmático abaixo de determinado nível. Para a iNOS, o mecanismo de ação depende da concentração intracelular de Ca2+ somente para ativação, sendo que a queda do Ca2+ intracelular não inibe a atividade da iNOS (Fig. 3). Assim, classificam-se as NOS como cálcio-dependentes (que são as isoformas I e III) e cálcio-independentes (isoforma II)20.


Tabela 1 sumariza as abreviaturas, sinonímia e diferenças quanto ao débito e dependência de Ca2+ das síntases do NO.


Estes conhecimentos quanto à classificação e modo de ação das três NOS são importantes para entender os demais mecanismos envolvidos na ação do NO.
Aspectos fisiológicos e tóxicos do NO
As funções do NO até hoje descobertas são complexas e antagônicas. Um aspecto marcante desta molécula é a sua capacidade de ser benéfica ou potencialmente tóxica conforme a concentração ou depuração tecidual. Alguns autores, como Schmidt16, denominam muito apropriadamente o NO como uma "faca de dois gumes" (double-edged sword).
O NO é um importante mensageiro intercelular nos mamíferos superiores. O mecanismo de sinalização intercelular é, em geral, realizado através de receptores de membrana celular na célula alvo; estes receptores são, habitualmente, transmembranosos tendo contato com citoplasma e desencadeando uma "cascata" de sinais intracelulares que finalizarão em uma mudança na célula. Pelas suas características químicas de alta difusibilidade, a sinalização do NO é exercida diretamente em nível intracelular, sem receptores transmembranosos. Devido à sua penetração intracelular sem intermediários membranosos, o organismo utiliza o NO em funções fisiológicas em que é necessária uma resposta rápida.
O NO também faz parte do arsenal de primeira defesa do organismo com poder microbicida. Assim, está demonstrado sua ação antibactericida, antiparasítica e antiviral40- 44. Nestes casos, o NO atua em concentrações maiores do que as de mensageiro, sendo tóxico aos microorganismos invasores. Existe um tênue limite de concentração tissular entre a não-toxicidade às células do hospedeiro e a toxicidade necessária para ação antimicrobicida. No caso de doenças autoimunes e situações de sobrecarga exageradas do organismo, o NO encontra-se em concentrações tóxicas para as células do organismo. Portanto, o NO atua como toxina conforme a concentração e o tecido em questão, devendo ainda ser considerada a capacidade de depuração tecidual. A determinação destas concentrações tissulares relativas permanece um segredo da natureza.
Tabela 2 resume algumas ações teciduais do NO como mensageiro ou toxina.
Neste artigo, nos restringiremos mais a alguns efeitos do NO como mensageiro nos mais importantes sistemas do organismo, devido à amplitude e complexidade do tema.
NO-mensageiro no sistema cardiovascular
Devido aos estudos pioneiros do EDRF por Furchgott, a ação vasoprotetora do NO é bem conhecida. O NO antagoniza as contrações da musculatura lisa vascular e inibe a ativação plaquetária. Atuando nas integrinas, o NO modifica a adesividade leucocitária e a diapedese dos neutrófilos5.
No endotélio vascular ocorre liberação continuada de NO, responsável pela manutenção do fluxo sangüíneo tecidual e controle do extravasamento tecidual. O NO-mensageiro produzido no endotélio tem função vasodilatadora fisiológica. Assim, durante exercício físico ocorre aumento do débito cardíaco e redistribuição do fluxo sangüíneo para musculatura esquelética e circulação coronariana. Este mecanismo é mediado pela cNOS (eNOS ou isoforma III) cuja expressão genética pode ser potencializada com exercícios aeróbios regulares24. Entretanto, a função principal do NO é a exercida no controle de adesão dos elementos sangüíneos (leucócitos e plaquetas) ao endotélio18. Por este mesmo mecanismo, o NO diminui a permeabilidade vascular. Em estudos com inibição da síntese de NO vascular utilizando-se o análogo L-NAME em intestino de gatos, observa-se aumento da permeabilidade microvascular às proteínas, mediadas por leucócitos e outras células inflamatórias (macrófagos, mastócitos, plaquetas, etc.)19.
No miocárdio existe também expressão da isoforma III ou eNOS, determinada por estudos de imunohistoquímica e técnicas de biologia molecular. A eNOS é encontrada nos miócitos, células endoteliais e músculo liso vascular sendo a nNOS achada nos neurônios. O NO-mensageiro atua como inotrópico negativo levando a aumento da dilatação diastólica, sem influenciar os índices de contractilidade miocárdica25.
Já a isoforma II ou iNOS pode ser produzida pelas mesmas células sob estímulos como, por exemplo, sepse, miocardite, rejeição de transplanteQuando ocorre aumento do NO em níveis elevados, o NO-toxina induz à disfunção cardíaca característica da síndrome de resposta inflamatória sistêmica (Systemic Inflamatory Response Syndrome - SIRS)26.
NO-mensageiro no sistema bronco-pulmonar
Em culturas de células alveolares pulmonares epithelium-like, Asano et al. demonstraram atividade basal de NOS constatada como isoforma I ou nNOS, não se constatando eNOS ou isoforma III. Sob estímulo de interferon-gama (IFN-g) isolado ou juntamente com interleucina-1b (IL-1b) mais fator de necrose tumoral- (TNF-a), observou-se produção de RNA-mensageiro da isoforma II ou iNOS21.
Considera-se o NO-mensageiro produzido a partir da cNOS como responsável pela homeostase das vias aéreas. O NO mantém o calibre brônquico e regula a freqüência dos movimentos ciliares; na circulação pulmonar, o NO equilibra a relação ventilação-perfusão.
A iNOS epitelial bronquial é responsável pela defesa imunológica a agentes externos inalados, principalmente pelo recrutamento de macrófagos epiteliais e subepiteliais22. Isto é configurado pela queda da resistência às infecções broncopulmonares com administração de análogos da L-arginina in vitro e in vivo3.
NO-mensageiro no sistema renal
O NO-mensageiro é sintetizado nos rins fisiologicamente, exercendo importantes funções de homeostase no fluxo sangüíneo e excreção renal. O bloqueio experimental da produção do NO-mensageiro leva à diminuição da irrigação renal e queda da eliminação de sódio27.
Nos rins foram isoladas as três isoformas da NOS. Na mácula densa constatou-se forte presença da isoforma I ou nNOS e nas arteríolas glomerulares foram encontradas as isoformas I e III (nNOS e eNOS) nos ramos aferentes e eferentes, com maior concentração nas arteríolas eferentes.
A presença da isoforma I é importante nos vasos aferentes pré-glomerulares pela estreita correlação com liberação de renina28. A ação do NO-mensageiro sobre a secreção do sistema renina-angiotensina tem óbvias implicações terapêuticas, porém os achados ainda são discrepantes.
Em um estudo com infusão de análogo da L-arginina (L-NMMA) em voluntários sadios, observou-se aumento da pressão arterial média (+7%) com aumento da resistência periférica (+36%) sem aumento do fluxo sangüíneo renal, porém com aumento da resistência vascular renal (+21%) seguido de queda da filtração glomerular (-19%), queda do fluxo urinário (-18%) e da eliminação de sódio (-25%), sem aumento da atividade plasmática da renina29. Outro estudo semelhante, porém em cães, em que foi utilizado a L-NAME juntamente com bloqueio da mácula densa pelo modelo de rim não-filtrante, mostrou que o bloqueio intrarenal de NO aumenta a secreção de renina em nível renal, ocorrendo elevação plasmática somente no rim com bloqueio simultâneo da mácula densa30. Portanto, à medida que as pesquisas avançam, surgem fortes indícios que o NO está envolvido no mecanismo da hipertensão arterial.
Na glomerulonefrite observa-se produção exagerada do NO que é devido à indução da iNOS, expressa a partir de macrófagos nos glomérulos27 com infiltração leucocitária e aumento da permeabilidade vascular com conseqüente proteinúria.
NO-mensageiro no sistema nervoso
O NO é um poderoso vasodilatador cerebral mantendo o fluxo cerebral basal e levando a aumento do fluxo sangüíneo sob atividade neuronal intensa32. A isoforma I ou nNOS foi historicamente purificada em cérebros de camundongo e porco10, como já citado. Porém, também a eNOS e a iNOS estão presentes e são importantes nas funções fisiológicas e estão envolvidas em várias patologias do SNC.
A nNOS e eNOS podem intercambiar funções, como demonstrado em estudos de camundongos modificados geneticamente com ausência da nNOS, em que se observou manutenção da função neurológica às custas da eNOS33.
O NO-mensageiro é considerado um neurotransmissor. Devido as suas características de alta difusibilidade, como já citado, o NO é capaz de penetrar no citoplasma celular diretamente, sem necessidade de receptores de membrana, levando a respostas rápidas e precisas .
O hipocampo é uma das áreas de pesquisa mais promissoras da ação do NO no SNC. Sabe-se que, quando o hipocampo é destruído em ambos hemisférios cerebrais, em mamíferos, os mesmos perdem a capacidade de reter memórias novas. Entre os múltiplos neurotransmissores excitatórios do SNC, destaca-se o glutamato. Entre os receptores de glutamato existem os receptores de N-metil-D-aspartato (NMDA) - pertencentes à subclasse de glutamato. Estes receptores recebem o nome de NMDA devido ao fato de serem estimulados seletivamente pelo N-metil-D-aspartato, que é um análogo do glutamato. Além dos receptores NMDA estarem preferencialmente situados no hipocampo, animais com bloqueio específico dos receptores NMDA perdem a capacidade de aprendizado.
Nos receptores NMDA um estímulo pode levar à própria potencialização. Este mecanismo é conhecido como Long-Term Potentiation (LTP), consistindo de um sistema progressivo e prolongado do estímulo, mesmo com estímulo inicial em condições submáximas. O envolvimento do NO-mensageiro no mecanismo da LTP foi primeiramente demonstrado por Böhme, em um experimento com camundongos, em que o bloqueio de formação de NO levou à ausência de condicionamento e de resposta olfatória34,35.
Em nível de sinapse neuronal, após estímulo do neurônio à montante, ocorre liberação de glutamato que vai se ligar aos receptores NMDA. Enquanto persistir esta união (glutamato/receptor NMDA), o Ca2+ é capaz de entrar no citoplasma do neurônio à jusante levando à produção da nNOS. Assim, o NO é liberado na pós-sinapse após estímulo pré-sináptico submáximo, funcionando como mensageiro retrógrado para a pré-sinapse e reiniciando todo o processo (Fig. 4).


Os receptores NMDA estão envolvidos na memória tardia cuja indução pelo mecanismo da LTP culmina com alterações de proteínas celulares à jusante, resultando em aquisição de experiências e conhecimentos16. Esta linha de pesquisa é intensa devido às implicações na dificuldade de aprendizado em crianças e falhas de memória em adultos. Também existe esperança de melhor conhecimento da fisiopatologia da doença de Alzheimer.
O eqüivalente dos macrófragos no cérebro são as células microgliais. As células gliais em cultura mostram capacidade de indução da iNOS, mais fortemente presente quando há o estímulo tríplice de IFN-g, IL-1b e LPS bacteriano38. Existem fortes evidências que a iNOS pode estar envolvida, além dos processos bacterianos e virais, em processos neurodegenerativos e outras condições que levam à liberação de citoquinas no cérebro tais como traumas e isquemias39.


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segunda-feira, 19 de março de 2012


O que Publicam os Principais Jornais do País, nesta SEGUNDA-FEIRA, 19-03-2012 (Sinopse Radiobras)


O Globo

Manchete: Governo prevê vazamentos em série na Bacia de Campos
Área com 7 km de diâmetro no solo marinho já estaria abalada

O segundo vazamento em quatro meses no campo de Frade, operado pela Chevron na Bacia de Campos, levou o governo a estudar a possibilidade de a exploração de petróleo na região ter abalado uma área com sete quilômetros de diâmetro do solo marinho. Com isso, novas fissuras e vazamentos ainda podem ser descobertos. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) e o Ibama já estariam trabalhando com o risco de parte do solo nessa área afundar. A Chevron admite que a estrutura do campo é complexa e diz que, por isso, pediu autorização para suspender a produção no local. Com os problemas enfrentados no Brasil, a matriz da empresa nos Estados Unidos já estaria estudando deixar de investir no país. (Págs. 1 e 15) 

Brasileiras reféns por 9 horas no Egito
Beduínos metralharam ônibus de excursão no Monte Sinai, mas depois liberaram as 2 turistas

Duas brasileiras foram sequestradas ontem no Egito e ficaram nove horas em cativeiro. Sara Silvério, de 18 anos, e Zélia de Mello, de 45, estavam com um grupo de 45 turistas numa excursão de brasileiros quando o ônibus foi interceptado por homens armados com fuzis. As negociações para a libertação foram conduzidas por autoridades egipcias. Ao GLOBO, Sara disse que ela e a amiga foram levadas para uma região montanhosa no meio do deserto, mas não foram maltratadas. O objetivo do grupo, segundo ela, era protestar contra o governo do Egito. (Págs. 1 e 5)

Em 20% das cidades, dívida e maior que receita própria
De cada cinco cidades brasileiras, uma já começou o ano no vermelho: 1.029 municípios tem mais restos a pagar - débitos herdados do ano anterior - do que dinheiro em caixa. Duas capitais, Salvador e Cuiabá, aparecem na lista, segundo estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. A má gestão fiscal resulta em serviços públicos precários em áreas como saúde, educação e saneamento. (Págs. 1 e 3)
O fixo certo, no lugar certo
Resíduos que Rio joga fora dão lucro em outros países

Enquanto o Rio recicla apenas 3% de seu lixo, jogando o resto fora, em países da Europa o índice de reaproveitamento chega a 79%. Na Alemanha, o assunto é levado tão a sério que moradores espionam os vizinhos para ver se estão fazendo a triagem corretamente. O lixo é visto cada vez mais como uma mina de ouro por grandes empresas da Europa. No Japão, exemplo no setor, cada resíduo tem o seu lugar: do batom à bolinha de pingue-pongue. (Págs. 1 e 9)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Gasto com servidores põe Estados em alerta
Despesa cresce mais que receita e força contenção de reajustes e corte de cargos

Em 16 Estados e no Distrito Federal, o gasto com funcionalismo cresceu em ritmo superior ao da arrecadação nos últimos cinco anos, sendo que 4 já ultrapassaram os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins gastaram com pessoal mais do que 46,55% da receita, o que os impede de criar cargos e elevar salários. Alagoas, Paraná e o DF estão perto de atingir essa barreira. (Págs. 1 e Poder A4)

Em crise, Planalto ameaça vetar o Código Florestal (Págs. 1 e Poder A6)


Duas brasileiras são feitas reféns por 6 h no Egito
Duas brasileiras foram mantidas reféns por mais de seis horas por beduínos armados no Egito. Segundo a embaixada do Brasil no Cairo, Sarah Lima e Zélia Magalhães de Melo estavam em um ônibus que levava 45 turistas a um mosteiro no sopé do monte Sinai. A libertação ocorreu sem que fosse cumprida nenhuma exigência. (Págs. 1 e Mundo A10)
Empresa favorece Teixeira e ganha contrato na Copa
O empresário Cláudio Abrahão, que beneficiou o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira na compra de uma cobertura no Rio, e sócio de agência de turismo que obteve direito de vender pacotes da Copa, informa Rodrigo Mattos. O negócio deve render R$ 544 milhões. A empresa alega ter havido concorrência. Teixeira não foi localizado. (Págs. 1 e Esporte D6) 
Entrevista da 2ª: Ronaldo Nazário
Aceitaria ser presidente da CBF depois da Copa de 2014. (Págs. 1 e Al4)
Ciência
Fósseis levados ilegalmente do Brasil estão à venda em site. (Págs. 1 e C11)
Melchiades Filho
Das promessas de Dilma, pouco ficará pronto no prazo. (Págs. 1 e Opinião A2)
Editoriais
Leia "Respeito à Anistia", sobre denúncia do MPF contra militares; e "Conflito na Síria", que analisa um ano de protestos no país árabe. (Págs. 1 e Opinião A2)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Brasileiras são libertadas após sequestro no Egito
Grupo de 42 turistas teve o ônibus metralhado por beduínos cujo líder exigia a soltura de um filho preso

Duas brasileiras sequestradas ontem por beduínos no Egito foram libertadas à noite. Durante a tarde, o Ministério do Interior do Egito negociou o resgate das turistas Sara Lima Silvério, de 18 anos, e de Zélia Magalhães de Mello, de 45. As duas faziam parte de um grupo de 42 pessoas que viajava com o pastor Dejair Batista Silvério, pai de Sara e um líder da Igreja do Avivamento da Fé, de Osasco. Silvério disse que o veículo foi "metralhado" pelo grupo de beduínos quando se dirigia ao Monte Sinai. Eles queriam trocar as reféns pelo filho de tribal preso pela polícia egípcia. Um dos destinos turísticos mais procurados, a Península do Sinai é área onde atuam traficantes e contrabandistas. (Págs. 1 e Internacional A10)

Dejair Batista Silvério
Pai de uma das vítimas

“Foi uma coisa rápida e chocante. Foi impressionante"

Decisão do STF acirra guerra fiscal entre governos estaduais
Governos estaduais que escaparam de decisão Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito de incentivos fiscais envolvendo a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços têm oferecido a empresas descontos de 90% a 100% da base de cálculo do ICMS, informa o repórter Lu Aiko Otta. O STF considerou inconstitucionais 23 formas de incentivo. Com a perspectiva de ver invalidadas políticas de desenvolvimento vigentes desde os anos 1970, os Estados correm para atrair o maior número de empresas – e estas promovem verdadeiros leilões para decidir onde se instalar. Para acabar com a guerra fiscal, especialistas avaliam que pode recair sobre o Tesouro a costura de um acordo entre Estados. (Págs. 1 e Economia B1 e B3)
Deputado do PDT deve ficar com Trabalho
Na tentativa de conter a insatisfação do PDT, a presidente Dilma Rousseff deve nomear o deputado Brizola Neto para o Ministério do Trabalho, relata Vera Rosa. (Págs. 1 e Nacional A8) 
PPP inédita vai construir seis fóruns paulistas
O governo de São Paulo recorrerá a iniciativa privada para construir seis fóruns. Em troca, ofertará terrenos. A PPP, avaliada em R$ 250 milhões, é inédita no País. (Págs. 1 e Cidades C1) 
Faltam serviços de aborto legal em regiões violentas (Págs. 1 e Vida A14)


Universidade Columbia abrirá escritório no País (Págs. 1 e Vida A16)


Brasil apoia fundo do BID para a América Latina (Págs. 1 e Economia B10)


Carlos A. Sardenberg
Copom da era Dilma

Não é norma um BC surpreender o mercado tantas vezes. Nem um nem outro querem esse clima de surpresa que afeta pessoas e empresas. (Págs. 1 e Economia B2) 

José Roberto de Toledo
Harém partidário

No longo prazo, a aliança PT-PMDB é insustentável. Os conflitos ficarão cada vez mais óbvios com a aproximação das eleições municipais. (Págs. 1 e Nacional A8)

José Goldemberg
O Irã e armas nucleares

O Irã não é nada original ao justificar sua opção de desenvolver energia nuclear como um símbolo da soberania nacional que unifica o país. (Págs. 1 e Espaço Aberto A2)

Notas & Informações
O simplismo da presidente

Dilma simplifica perigosamente os fatos quando formula seu diagnóstico da situação do País. (Págs. 1 e A3)

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Correio Braziliense

Manchete: MPF vai cobrar da UnB ações contra trotes
Associações de pais entram hoje com representação no Ministério Público Federal contra a universidade, devido ao episódio envolvendo estudantes de mecatrônica. Procurador da República no DF, Carlos Henrique Lima adianta: “Precisamos exigir que a UnB tome as devidas providências”. (Págs. 1 e 19)
Uma dor, uma canção
Na semana em que Paulinho da Viola vem a Brasília, o repórter Irlam Rocha Lima conta uma história de solidariedade e superação marcada pela música Para um amor no Recife, do compositor: a da ex-presa política Maria Cristina de Castro, companheira de cela da então militante Dilma Rousseff. (Págs. 1 e Diversão & Arte, Capa)
Servidor: Presidente do TST defende o corte de ponto de grevistas (Págs. 1 e 7)


Juros: BC poderá manter Taxa Selic em 9% por até dois anos (Págs. 1 e Brasil S/A 8)


Egito: Beduínos sequestram brasileiras
As turistas de 18 e 45 anos, ficaram sete horas como reféns depois que o ônibus em que estavam foi metralhado. Ataques a estrangeiros se intensificaram após queda do ditador Hosni Mubarak. Embaixada brasileira no país desaconselha viagens à região do Sinai. (Págs. 1 e 13)
Vistoria autorizada
Entenda por que supermercados podem inspecionar compras depois de o cliente passar pelo caixa. (Págs. 1 e 7)
Revolta Afeganistão
Em depoimentos ao Correio, afegãos demonstram indignação com o massacre de civis cometido por americano. (Págs. 1 e 12)
PR busca apoio para enfrentar PT
Barrado no Ministério dos Transportes, partido reúne diretórios estaduais para mapear adversários do partido de Dilma. Ação pode prejudicar largada da campanha de Fernando Haddad. (Págs. 1 e 2)
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Valor Econômico

Manchete: Importação alivia pressão de custos na indústria
A indústria brasileira vem enfrentando um aumento gradual e contínuo de preços. Em reais, já descontada a inflação, a folha de salários na indústria aumentou 25% desde 2005, enquanto a energia elétrica industrial ficou 28% mais cara. Com a valorização do real, esses e outros custos de produção ficaram ainda mais pesados, afetando a competitividade do setor, seja na exportação, seja no mercado doméstico, onde aumentou a presença de produtos importados. Nos últimos seis anos, a produção industrial cresceu 15%, enquanto o volume de vendas no varejo, 70%.

Para conviver com o aumento de custos, a indústria adotou estratégias de defesa que acabaram por afetar o próprio setor. Elas buscaram fornecedores mais baratos no exterior, montaram unidades fora do país e desviaram as vendas ao exterior para o crescente mercado doméstico. Em 2004, a fabricante de compressores Bitzer importava 30% dos insumos que consome no processo produtivo. Hoje, essa fatia fica entre 60% e 70%. Na Weg, as receitas provenientes do exterior passaram de 40% em 2009 para 44% em 2011. (Págs. 1, A4 e A5)

Delação premiada a empresas
Com apoio do governo, a Câmara dos Deputados quer aprovar a possibilidade de o Estado efetuar um "acordo de leniência" com empresas acusadas de corrupção, uma espécie de delação premiada para pessoas jurídicas. O dispositivo está presente na versão final do relatório da comissão especial que discute o projeto de lei que trata da responsabilização administrativa e civil de empresas acusadas de corrupção. Por meio desse acordo, a empresa que colaborar com as investigações poderá se livrar de algumas das punições previstas no projeto, como a declaração de inidoneidade, a proibição de receber financiamentos públicos e de fechar contratos com o Estado. Ainda assim, não estará livre da multa, a ser fixada entre 0,1% e 20% do faturamento bruto. O relatório foi apresentado na semana passada pelo relator, Carlos Zarattini (PT-SP). (Págs. 1 e A6)
Seguradora diversifica aplicações financeiras
Os juros em queda vão obrigar as seguradoras a acelerar mudanças nas suas políticas de investimento. Taxas menores vão encolher os resultados financeiros das companhias, que em alguns casos até superam o resultado com as operações de seguros. A orientação é diversificar as aplicações financeiras e melhorar a eficiência com as operações de seguros.

As reservas técnicas das seguradoras - recursos separados por elas para as indenizações - somavam R$ 81,7 bilhões em maio de 2011, último dado disponível da Susep. Além disso, há o caixa livre das seguradoras que também é aplicado. Até março, 25% dos recursos estavam investidos em títulos públicos, 74% em renda fixa e o restante em imóveis e ações. (Págs. 1 e C1)

Gestoras se multiplicam e disputam mercado de R$ 2 tri
Nos últimos cinco anos, o número de gestoras de recursos no Brasil saltou de 234 para 443, movimento em grande parte puxado pela multiplicação das casas independentes. Executivos de bancos deixaram seus empregos para abrir o próprio negócio. A STK Capital, por exemplo, tem como sócios Antenor Fernandes (ex-Safra) e Luciana Hall (ex-Santander), além do ex-presidente do BNDES, Eleazar de Carvalho Filho. As "assets", como são conhecidas, buscam ocupar espaço com estratégias sofisticadas e retornos mais atrativos para o investidor.

A indústria brasileira de fundos acaba de ultrapassar a marca de R$ 2 trilhões e já é a sexta maior do mundo, mas ainda é concentrada nos grandes bancos de varejo, com 88% do setor. (Págs. 1 e C12)

Fotolegenda: Uma nova luz
Em fase de substituição tecnológica, as indústrias de iluminação planejam a instalação de fábricas de lâmpadas de LED no Brasil, diz Alcione de Albanesi, fundadora da FLC. (Págs. 1 e B7)
Mercadante defende correção automática do piso de professor
O terceiro edital do programa Brasil sem Fronteiras, que concede bolsas de estudos para brasileiros no exterior, sairá ainda neste mês e vai incluir parcerias com universidades do Japão, Coreia do Sul, Suécia e Holanda. A prioridade é conceder bolsas nas áreas do conhecimento em que é maior a carência de profissionais no Brasil - carreiras tecnológicas, de ciências médicas, física, química e matemática.

Esse é um dos exemplos citados pelo ministro da Educação, Aloízio Mercandante, ao Valor, para mostrar a preocupação do governo em preparar o país para a economia do conhecimento. "Não seremos competitivos sem inovação, ciência e tecnologia. O Brasil, especialmente com o pré-sal, pode dar o salto estratégico nesse sentido. Ou simplesmente se acomodar com a doença holandesa - supervalorização da moeda como consequência do ingresso de divisas vindas da exportação de poucos ou um só produto - e agravar deficiências históricas". (Págs. 1 e A14)

El Corte Inglés escolhe onde investir no país
O presidente da rede varejista espanhola El Corte Inglés, Isidoro Álvarez, esteve no Brasil por quatro dias na semana passada, em contato com consultorias da área imobiliária e em visitas a imóveis em quatro cidades - São Paulo, Rio, Recife e Salvador, apurou o Valor. A direção da rede confirma a viagem, mas não comenta detalhes da agenda do executivo. Com 488 lojas em seis países, o grupo começa a avançar no projeto de abrir a primeira loja no Brasil no prazo de 12 a 18 meses. Está em aberto a possibilidade de que a primeira unidade no país possa ser uma loja de departamentos, da bandeira que leva o nome do grupo, ou de vestuário de moda, da rede Sfera. (Págs. 1 e B5)
Reintegra, criado em agosto para apoiar exportação, ainda não está sendo aplicado (Págs. 1 e A2)


Titherington, do J.P. Morgan Asset, foca ações voltadas para a consumo (Págs. 1 e D2)


"Economia da Internet" avança
O avanço dos smartphones, redes sociais e sites de comércio eletrônico vai contribuir para que a "economia da internet" no Brasil chegue a R$ 158 bilhões em quatro anos, segundo o Boston Consulting Group. (Págs. 1 e B2) 
Imposto de Renda
Usa crescente da tecnologia para cruzar importações e atenção especial a grandes contribuintes são algumas das armas da Receita para combater a sonegação. "Não houve aumento das irregularidades, e sim um aperfeiçoamento da fiscalização", diz o subsecretário Caio Cândido. (Págs. 1 e Especial)
Comil planeja nova fábrica
Com a capacidade de produção praticamente esgotada em Erechim (RS), a fabricante de carrocerias de ônibus Comil negocia a instalação de sua segunda fábrica em Lorena (SP). (Págs. 1 e B6)
Álcool e carne na pauta bilateral
Restrições à venda de etanol ao Brasil e derrubada de barreiras americanas à carne bovina brasileira serão prioridades nas negociações entre os dois países, semanas antes da visita da presidente Dilma aos EUA. (Págs. 1 e B11) 
Orgânicos crescem no Pantanal
Após sete anos de vendas de bois orgânicos à JBS, a Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO) diversifica seu portfólio e, a partir deste mês, os pecuaristas pantaneiros passarão a entregar polpa de maracujá orgânico à Native. (Págs. 1 e B12)
Foco doméstico
Com a perspectiva de forte recuperação da economia no segundo semestre, as empresas voltadas pelo consumo doméstico recebem todas as atenções da equipe de renda variável de mercados emergentes da J.P. Morgan Asset Management. (Págs. 1 e D2) 
Problemas de gente grande
Além de vencer o desafio de vender uma ideia, tirar a empresa do papel, atrair investidores e de envolver o produto, "startups" brasileiras agora passam a enfrentar um problema de gente grande: a guerra por talentos. (Págs. 1 e D4)
Ideias
Martin Wolf

A grande dúvida mracoeconômica e se a flexibilização monetária quantitativa (QE, na sigla em inglês) de fato funciona. (Págs. 1 e Al3) 

Ideias
Luiz Carlos M. de Barros

Com fortalecimento do real e abertura da economia, aleijões ocultos começaram a atingir a competitividade da indústria. (Págs. 1 e Al3)

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Estado de Minas

Manchete: As ruas do barulho
Na capital da polêmica Lei do Silêncio, nem adianta gritar para dormir sossegado. O ruído nas ruas de Belo Horizonte ultrapassa – e muito – os limites previstos na legislação. Seguindo indicações dos fiscais da prefeitura, o Estado de Minas fez medições em áreas residenciais de bairros movimentados. A mais barulhenta é a Avenida Sinfrônio Brochado, no Barreiro de Baixo, onde o ruído do tráfego de caminhões e ônibus, dos barzinhos com música ao vivo e das academias chegou ao pico de 96,5 decibéis, o mesmo de um compressor. Na noite de Lourdes, na Zona Sul, a conversa em voz alta nos bares e as buzinas nas ruas Curitiba, Tomaz Gonzaga e Bárbara Heliodora levaram o medidor aos 91,4 decibéis, quando o limite tolerável nesse período é de 50 decibéis. (Págs. 1, 17 e 18)
Tempos de crise: A falta que a indústria faz ao PIB
Participação do setor na geração de riquezas caiu praticamente à metade em Minas. Em 1985, respondia por 28,4% do PIB do estado; 25 anos depois, não passou dos 15%. Queda preocupa especialistas e empresários, assombrados pelos riscos da desindustrialização. (Págs. 1 e 10)
FMI acredita que o pior já passou (Págs. 1 e 11)


Sequestro: Brasileiras ficam sete horas como reféns no Egito
Negociadores conseguiram libertá-las do poder de beduínos. (Págs. 1 e 14)
Lei Seca: PM mira quem avisa sobre blitz
Batalhão de Trânsito pretende entrar na Justiça contra responsáveis pela divulgação na internet dos locais de operação em Minas. (Págs. 1 e 2)
Área fértil para transgênicos (Págs. 1 e Agropecuário)


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Jornal do Commercio

Manchete: 45% dos eleitores esquecem escolha
Segundo pesquisa JC/IPMN, só metade dos entrevistados lembra em quem votou em 2008. Desses, 41% se arrependeram do voto. (Págs. 1 e 3)
Rinha de aves é fechada na Madalena
No local, que funcionava desde 1996, Ibama, PRF e MP detiveram 75 homens e apreenderam 257 animais. (Págs. 1 e 9)
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Zero Hora

Manchete: Rodoviárias terão nova gestão em 282 cidades
Daer quer abrir todas as licitações em março e concluir processos até dezembro. Contratos atuais são irregulares e há problemas de infraestrutura.

Avaliamos as estações de 10 polos regionais do RS. (Págs. 1, 4 e 5)

Foto legenda: O cenário do fim da novela
Salão Nobre do Beira-Rio ganhava retoques ontem à noite para a assinatura do contrato entre Inter e Andrade Gutierrez, hoje. (Págs. 1 e Caderno de Esportes)
Magistério: Proposta de reajuste deve ser aprovada
É a tendência dos deputados na votação de amanhã, apesar da pressão do Cpers. (Págs. 1 e 8)
Sequestro: Brasileiras ficam 11 horas reféns de beduínos no Egito (Págs. 1 e 24)


Cartão, cheque...
BB e Caixa vão puxar onda de redução de juro. (Págs. 1 e 22)
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Brasil Econômico

Manchete: Produtividade da indústria cai 15% no Brasil e sobe 808% na China
O grande salto chinês e a estagnação brasileira nos últimos 30 anos se explicam pelos investimentos em tecnologia e educação, prioridade em Pequim. Já no Brasil, o setor industrial sofre com o alto preço para produzir e com a concorrência dos importados. (Págs. 1 e 8)
Dilma e Obama iniciam novo ciclo, afirma Rubens Barbosa
Embaixador do Brasil em Washington por 5 anos, Barbosa acredita que os interesses econômicos irão prevalecer, mas critica duramente — ao BRASIL ECONÔMICO — a maneira como a compra de aviões de Embraer foi suspensa. (Págs. 1 e 4)
83% das cidades não garantem recursos para pagar contas
Pesquisa da Firjan, com base em dados oficiais de 5.266 municípios, mostra quem se saiu bem e quem se saiu mal na gestão financeira. (Págs. 1 e 12)
Em campo, a nova geração de Amatos
Filho de Mario Amato, Rogério faz política comercial. “Nós estamos sendo invadidos”, protesta. (Págs. 1 e 28)
Turistas brasileiras seqüestradas no Egito são libertadas (Págs. 1 e 40)


Com os juros desabando, é hora de sair do CDB
Para os especialistas, as aplicações atreladas a índices de inflação podem ser a melhor opção de investimento, num momento em que o juro pode chegar ao menor nível histórico. (Págs. 1 e 34)
Início do fim da crise?
A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, avalia que a economia mundial dá sinais de estabilização. (Págs. 1 e 36)